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Dedicado aos amantes do bom e velho Role Playing Game e aos apaixonados por Lineage II.

O Espírito Puro

Tomo I

As Pequeninas



Logo cedo, em frente à Árvore Mãe, Aura encontra Akenehy ajoelhada, de cabeça baixa e de olhos fechados. Aura não queria interromper, mas sabia que sua irmã já notara sua presença. Ela se ajoelha ao lado de Akenehy e as duas fazem suas orações.

No centro da vila elas se despedem da curandeira deixando a propriedade em seu nome. Ela fica notadamente acanhada, mas honrada pela confiança e carinho de suas pequenas, como as chama apesar de não serem mais crianças. Os outros elfos da vila respeitam esse amor, um deles dá um passo à frente e presenteia cada uma com túnicas feitas por ele mesmo. Elas agradecem, e todos se despedem das duas elfas acenando, enquanto elas caminham desaparecendo do alcance dos olhos de quem ficava.

Seguindo a estrada e saindo do território élfico, logo notam uma mudança de ares, chegam à Zona Neutra e se deparam com aracnídeos, feras, ratos humanoides, entre outros. Aura possuía mais habilidade mística de agravo do que Akenehy, pois havia começado treinamento dessa natureza com a mestra Greenis, da vila dos elfos. Logo, não foi difícil se defenderem de tais seres.

Quanto mais caminhavam, mais o ambiente se tornava sombrio, tinham conhecimento de que estavam em terras próximas do território dos elfos negros. Passaram pelo Ninho das Aranhas e pela conhecida cidade destruída chamada de Ruínas da Agonia, que estava infestada de mortos-vivos.

Mais à frente, onde já era possível avistar a estrutura do topo da cidade Gludio, a natureza apresentava um verde mais vivo, Aura observava atentamente a floresta ao redor da estrada e nota, mais adentro, uma pequena casa de madeira rodeada de lagartos humanoides. Akenehy percebe o olhar fixo da irmã enquanto caminhavam e dirige seu olhar na mesma direção que ela.

Os olhos atentos de Aura vão passando em cada árvore até que foca um movimento. São duas crianças tentando se esconder. As duas elfas se olham e sem palavras vão silenciosamente em direção àquela árvore e quando chegam às crianças, essas levam um pequeno susto, pois não tinham ouvido nenhum passo se aproximando. Estavam tremendo e levemente machucadas, uma chorando e a outra quieta. Aura atenta à grande semelhança fisionômica entre as duas pequeninas, em seguida levanta a visão aos arredores. Akenehy realiza uma magia de cura e Aura diz:

~ Acalmem-se, estão protegidas agora.
~ Como se chamam? ... O que aconteceu?

A anã chorosa, quase atropelando a respiração, fala:

– Nós fomos tentar buscar meu urso no orfanato, mas um daqueles lagartos, um de arco nos viu, quase pegou uma flecha em mim e quando corremos a Chybi caiu, corremos entre as árvores e conseguimos nos esconder. Meu urso deve estar sozinho, com medo, há muito tempo.

Aura fica pensativa.

– Eu sou Chybiko e ela é Chyeko. Vocês duas também são irmãs gêmeas? – pergunta a outra anã.

– Somos irmãs e muito parecidas, mas não somos gêmeas – diz Akenehy sorrindo e terminando de cuidar dos ferimentos.

Aura deixa Akenehy cuidando das meninas e atenta aos homens-lagarto se dirige ao orfanato se defendendo daqueles que a atacavam. Ela entra, encontra objetos quebrados espalhados pelo chão, móveis destruídos e manchas de sangue. Vai até o dormitório e debaixo de um manto encontra o urso de pano, mas com o corpo rasgado quase se desprendendo da cabeça. Ela pega o urso, sai do orfanato, e dá uma volta em toda a casa para ver se não há sobreviventes. Aura pára um instante e, apesar do mau cheiro dos corpos se deteriorando ao redor, ela sente um cheiro diferente, mas familiar.

...

Os habitantes da vila dos elfos nunca falaram nada a respeito da morte dos pais de Aura, portanto, ela não tinha pistas, mas sentiu que tinha alguma ligação com aquele orfanato.

...

Aura olha para o urso, e volta para junto das três.

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